4 de outubro de 2010

Acidente.

Era madrugada de domingo. O céu muito escuro nos deixava enxergar aquelas nuvens acinzentadas e ainda ameaçava chover o tempo todo, mas por enquanto era só ameaça. Estava sozinha em casa assistindo qualquer coisa na televisão. Aí sem mais nem menos, o telefone me trouxe aquela ligação que eu esperava. Pulei do sofá em 1 segundo, vesti a primeira roupa (mentira, experimentei mil roupas até encontrar a perfeita, mas tudo rapidinho), arrumei o cabelo em dois segundos e ainda consegui tirar aquela marca do travesseiro do rosto. Menos de 15 minutos depois do telefonema, ouço a buzina do carro.. aquela inconfundível que fazia sempre meu coração pular. Saí de casa ouvindo um latido diferente do Léo, como se ele quisesse me falar alguma coisa. Me senti estranha, mas mesmo assim entrei no carro. Perguntei qual era o destino naquela noite e apenas ouvi: 'surpresa'. E realmente foi uma surpresa. Menos de 5 minutos depois de ter saído de casa, vi os primeiros sinais de chuva, que cada vez ia ficando mais forte. Paramos no posto, e na saída nos dirigimos direto à RS 030. Em uma conversa divertida, acabei me distraindo e distraindo o motorista também. Com a chuva forte, um carro no sentido contrário acabou perdendo o controle do carro, e outro que vinha de dentro da cidade também. Ou seja, com todo cuidando, ainda estávamos no meio de algo grave. Mesmo com a distração, o motorista do nosso carro conseguiu escapar de apenas um (o que vinha no sentido contrário), parando, depois de algumas rodadas, exatamente atravessado entre as duas pistas. E o óbvio aconteceu: o outro carro descontrolado que vinha de dentro da cidade acabou nos acertando em cheio. No meu lado. Naquele momento senti uma pressão diferente, algo inexplicável. Me senti fraca e leve ao mesmo tempo e não tinha a mínima noção do que tinha acontecido. Apenas ouvi o desespero do meu melhor amigo, que não sabia que apesar de tudo eu estava bem consciente, só sem forças pra fazer qualquer tipo de movimento, acho que foi mais pelo susto. Depois de alguns segundos quieta consegui falar: estou bem. Menos de 2 minutos depois ouvi sirenes de diversos sons: polícia, bombeiros, ambulância. Tenho uma agonia enorme de ficar presa, então só pensava em me tirarem logo dali. Ouvi nitidamente barulhos estranhos. Era meu celular tocando.

Quando abri os olhos com o barulho do telefone, em vez de enxergar luzes, sirenes, pessoas estranhas.. enxerguei a tv sem sinal, a luz desligada. Ouvi realmente o barulho de buzina mesmo e os latidos do Léo. Mas tudo não tinha passado de um sonho, um sonho que até hoje sempre penso antes de dormir.


Sempre ouço as pessoas falando: 'algo me diz que não posso sair de casa hoje', ' to com um pressentimento ruim'.
Daí vem aquela história do que era pra acontecer, do que aconteceu que não era pra ter acontecido...

Tem a vez que a Daniele esqueceu a bolsa dentro do carro e o pai saiu deixando ela presa em casa. Aí depois a chapinha e a maquiagem estavam dentro da bolsa também. Aí ouvi a frase 'acho que não é pra eu sair de casa hoje'. A Pauline tava indo pra um lugar que não era o estilo dela. A Mozarah tava angustiada. E eu? Como era a motorista da rodada, antes de sair abri minha carteira e a carteira de motorista não estava lá dentro. E como é de costume.. no final de semana meu quarto fica meio intransitável. E agora? Em minutos arrumei e nada da carteira aparecer.. nem solta dentro da bolsa, nem na estante, nem na mesa.. em lugar nenhum! Sentei na cama e pensei 'tudo isso é um sinal pra gente ficar em casa'.
Mas felizmente não era sinal de nada, era falta de organização nossa mesmo. Saímos, não tivemos a melhor noite, mas nos divertimos muito! ^^